Baseado na obra de Ziraldo, “Uma professora maluquinha” mostra como uma professora pode mudar a vida de seus alunos, em uma pequena cidade em Minas Gerais, nos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial.
O filme começa com Luiz (Caio Manhete) com preguiça de ir à escola, sendo obrigado a ter fazer uma caminha para chegar lá, usando os sapatos que sua mãe o obrigou a calçar. De imediato, assim que chega à escola Luiz se envolve em várias discussões, nos remetendo a D'Artagnan em “Os três mosqueteiros”. Porém, a escola naquele ano para Luiz sofreria uma imensa mudança, por conta de sua nova professora, bem maluquinha!
Cate (Paola Oliveira) é nova como docente e ensina em uma escola em que os métodos (hoje chamado de tradicionais) são bastante rigorosos. À medida que a amizade e a cumplicidade da professora com seus alunos crescem, cresce também o interesse deles em ir á escola, que já que esta não é mais vista como um lugar chato, pois eles até podem ler gibis, o que é considerado pecado pelo padre Beto! No entanto, conforme os novos métodos de Cate surtem efeito na educação das crianças, a professora desperta a raiva dos outros professores, que não acreditam que uma escola divertida possa ensinar os alunos. Para piorar a situação de Cate, a moça ainda tem um amor proibido em sua vida!
Apesar de o filme ser uma lição de metodologia de ensino, não dá para fazer uma eficaz comparação com os dias atuais, como vi algumas resenhas fazendo, já que os valores são outros, pois nunca que um aluno nos dias de hoje diria para seu colega brigar só depois da aula porque sua mãe pediu para não sujar o uniforme! No mínimo um deles estaria armado e ainda sobraria para a coitada da professora! Por isso, para quem trabalha com a educação, assistir ao filme nos provoca certa nostalgia, uma vez que a história se passa em uma época em que uma professora poderia ser respeitada e as crianças eram mais inocentes. No entanto, o filme também mostra com clareza a falha dos métodos tradicionais, que muito professores ainda hoje acham que é a melhor solução para a aprendizagem. “Uma professora muito maluquinha” coloca a metodologia Construtivista em prática, mas vale lembrar que a história se passa em uma época em que o diálogo era mais fácil de ser instaurado.
Quanto ás interpretações, Chico Anysio está perfeito e eu não sou muito fã da Paola Oliveira, mas gostei dela como protagonista, já que Cate, não é uma heroína muito convencional. No entanto, Joaquim Lopez, marido de Paola, deixa muito a desejar como padre Beto.
“Uma professora muito maluquinha” conseguiu mostrar bem o lado poético e sensível do livro, não sendo só mais um filme sobre escola, uma vez que é também um filme para ser assistido por qualquer pessoa de qualquer idade, pois o deleite é com certeza garantido! Meu único questionamento é sobre o final, achei aberto demais para o meu gosto, fora isso, eu adorei o filme! Duração: 90 minutos
Michele Lima